Para quem, como eu, é fascinado pela história do audiovisual, “Chatô: o rei do Brasil”, de Fernando Morais, é um livro obrigatório. Assis Chateaubriand é o nosso “Cidadão Kane” e seu conglomerado de comunicação Diários Associados foi responsável por trazer a mídia televisiva ao Brasil, ao inaugurar a TV Tupi, em 1950. Assim como o Kane de Orson Welles, a vida do nosso Chatô foi repleta de controvérsias - e estas se misturam à história política brasileira, ao transitar em meio a personagens conhecidos, como Getúlio ou JK.
SILVA JR, Luiz Fernando
O projeto Leitura de Mestre estará com você durante as férias!
Busque pelo nome de seu professor e encontre recomendações de obras que inspiraram sua vida e sua trajetória.
Veja, leia, recomende.
Boa leitura e boas férias!
Persépolis conta a história de superação de uma jovem iraniana que busca o seu lugar no mundo; é uma declaração emocionante e autobiográfica da autora Marjane Satrapi. A história virou adaptação para o cinema e sua publicação em forma de quadrinhos revela uma combinação perfeita entre a escrita e a ilustração. Indispensável para quem busca por histórias inspiradoras, feitas por autoras incríveis, e que conciliam uma escrita precisa e sofisticada com a presença de leveza, criatividade e muita emoção no seu conteúdo.
SÁ MOREIRA, Adriana
Uma Breve História do Tempo, de Stephen Hawking Apesar da obra ser datada de 1988 e alguns dos assuntos sobre cosmologia e física, atuais para a época, terem evoluído nos últimos anos, a obra explica os fundamentos do cosmos para aqueles não-físicos, mas muito curiosos, como eu. Em especial, o capítulo sobre o espaço e o tempo conseguiu me explicar, de uma forma como jamais alguém conseguiu, o motivo de dois corpos de massas muito diferentes caírem com a mesma velocidade.
NEVES, Carlos
Coleção de brevíssimas obras artesanais, relicário de poemas, cartas, diários íntimos, A Teus Pés apresentou ao “grande público” a “arte mínima” de Ana Cristina César. Bela e trágica, concisa e casual. No calor dos anos 80, a chegada de Ana C. derreteu corações e mentes. Décadas depois, o mundo é que se abandonaria aos pés da autora, que se dedicava a naufrágios, passeios de bicicleta e sopros leves nos ouvidos do absoluto. Indicado para cabeceiras sensíveis, em doses alucinadas.
CRUZ, Celso Alves
Fenomenologia da Percepção, de Maurice Merleau-Ponty. "Não existe homem interior, o homem está no mundo, é no mundo que ele se conhece". Um livro que fala sobre a percepção e consciência do mundo através do corpo. Uma reflexão sobre nossa existência que me ajudou a entender como experienciamos o mundo através de nossos sentidos e como somos encapsulados pelo que vivenciamos. O livro acaba por desvelar de um modo original e instigante a formação de preconceitos e, assim, nos possibilita questioná-los com mais propriedade. Para mim, um livro transformador.
SANFELICE, Clarissa
O Velho e o Mar, de Ernest Hemingway Eu gosto tanto de livros que trabalhei por oito anos numa editora. Sei que as pessoas leem menos hoje, mas fiquei pensando num livro que pudesse incentivar o gosto pela leitura. Te desafio a ler o livro O Velho e o Mar do Ernest Hemingway; você não vai conseguir largar após ler poucas páginas. Conta a aventura de um pescador que deseja pegar um peixe enorme. A história é simples, mas traz reflexões profundas sobre a vida feitas por um prêmio Nobel de Literatura. Acho que pode ser a porta de entrada para outros livros interessantes.
OLIVEIRA, Claudio
O homem que calculava, de Malba Tahan, é uma obra de arte que se aproxima de sua nonagésima edição e, através dela, descobri que a matemática pode, sim, ser ensinada de um modo simples e lúdico, unindo dois assuntos aparentemente imiscíveis: ciência e ficção.
AZEVEDO, Flavio
Um livro marcante é Androides Sonham com Ovelhas Elétricas?, de Philip K. Dick, gênio da ficção científica. O livro, inspiração para Blade Runner, trata de um futuro distópico no qual Rick Deckard, um caçador de recompensas, persegue e busca eliminar seis androides foragidos que assassinaram seus mestres. Deckard passará por situações que o farão rever suas convicções sobre a diferença entre o humano e o androide fabricado. Uma reflexão filosófica profunda sobre a condição humana. Ah! E o título enigmático? Leia e descubra!
HADDAD, Helder
O futuro da internet em direção a uma cibe democracia planetária, de Pierre Levy. Em suas publicações, faz reflexões sobre os próximos passos da humanidade associados à compreensão dos desdobramentos cognitivos e culturais das tecnologias digitais que estão transformando a sociedade e a construção de inteligência coletiva. O ciberespaço como meio de convergência de mídias na busca de diversidade de saberes e a emergência de um sistema de mediação participativa.
SURJAN, Jakov
Os Inovadores, de Walter Isaacson, é um livro fácil de ler, por vezes engraçado, mas de um valor único por ser uma "biografia" da informática. Ada, Turing, Gates, Jobs, Grace e tantos outros desfilam pelas páginas dessa leitura ao mesmo tempo deliciosa e instigante.
SURIAN, Jorge Luiz
O Físico, de Noah Gordon A obra narra a história de um jovem inquieto com seu mundo, curioso em relação à medicina, que se vê disposto a tudo para aprender. Em um tempo em que a ciência era proibida, o jovem “cientista” vai até o outro lado do mundo, pela constante e irreversível missão pessoal de aprender a salvar vidas. A viagem para chegar ao seu objetivo é transformadora. O improvável distancia-se, cada vez mais, do impossível. Assim, foi parte de meu percurso profissional, quando deixei de ser executivo para me encontrar como professor e pesquisador.
MATTA, João
Para quem, como eu, é fascinado pela história do audiovisual, “Chatô: o rei do Brasil”, de Fernando Morais, é um livro obrigatório. Assis Chateaubriand é o nosso “Cidadão Kane” e seu conglomerado de comunicação Diários Associados foi responsável por trazer a mídia televisiva ao Brasil, ao inaugurar a TV Tupi, em 1950. Assim como o Kane de Orson Welles, a vida do nosso Chatô foi repleta de controvérsias - e estas se misturam à história política brasileira, ao transitar em meio a personagens conhecidos, como Getúlio ou JK.
SILVA JR, Luiz Fernando
Em tempos líquidos, somos engolidos pela rotina, trânsito, trabalho. Parar abre espaço para o vazio. Há alguns anos, me recomendaram “A felicidade, desesperadamente”, do filósofo André Comte-Sponville, que trata com profundidade e de forma fácil de ler sobre o prazer, a esperança e felicidade. A felicidade “des-esperadamente”, é aquela que acontece no presente. “Nada desejo do passado. Já não conto com o futuro. O presente me basta. Sou um homem feliz porque renunciei à felicidade”. Leia hoje: a felicidade não pode esperar.
MARTHA, Mara
O olho mais azul, de Toni Morrison A história de uma menina negra que deseja ter olhos azuis e a paz que isso lhe traria. Todo o drama que essa menina passa ao longo da estória retrata o sentimento de inadequação estética potencializado pelo racismo, pela pobreza e pelo sexismo. Entendo que nosso papel é o de se informar, se indignar e lutar juntos pela mudança. Como diz Angela Davis, “numa sociedade racista não basta não ser racista, é necessário ser antirracista”. Neste sentido, este livro é um belo empurrão para sairmos de nossa zona de conforto.
BUSSAB, Mariana
As viagens e inquietudes que livros nos provocam são verdadeiros exercícios de expansão de nossa perspectiva sobre fatos. Um dos primeiros livros que li e desafiou a minha compreensão foi O Encontro Marcado, de Fernando Sabino. Adolescente, a leitura foi desconcertante. O texto me fez refletir sobre a importância de termos sonhos e objetivos, ao longo da vida: me segue, sempre presente, quando reflito sobre meu caminhar. “Fazer da queda um passo de dança, do medo uma escada, do sono uma ponte, da procura um encontro”.
CAVALLARI, Marielza
A obra 21 lições para o século 21 de Yuval Noah Harari é dos livros recentes que mais recomendo para alunos, colegas e todos que me perguntam sobre o futuro. Nele encontrei uma discussão interessante sobre as mudanças que nossa sociedade tem enfrentado. Não há nenhuma certeza apresentada pelo autor. Somos forçados a pensar em como o aprendizado contínuo, a necessidade de sermos flexíveis e a convivência com a tecnologia deve transformar nosso futuro não tão distante.
MARANGONI, Matheus
Por que franceses se tornaram referência de estilo? Como um país passou a ser considerado sinônimo de alta gastronomia, sofisticação e moda? A partir de uma análise sobre o reinado de Luís XIX, a historiadora Joan Dejean revela algumas curiosidades sobre as estratégias que foram adotadas para transformar a França na capital do glamour. Para aqueles que desejam saber mais sobre o universo do luxo ou se surpreender com os caprichos de uma das figuras mais icônicas do século XVII, "A Essência do Estilo" é uma bela sugestão.
MAZZILLI, Paola
“Liberdade”, de Jonathan Franzen, é um dos mais belos livros que já tive o prazer de ler. Recomendo especialmente àqueles que buscam compreender a cultura norte-americana dos últimos 50 anos. Quando escolhi "Liberdade", ele já era um título famoso - considerado o livro do século pelo jornal The Guardian. Para mim, sua estória é a de uma família prosaica, como tantas, que testemunha mudanças políticas e culturais no simples ato de viver.
GIL, Patrícia
Sou economista e trabalhei por vinte anos em banco, mas foi somente depois de conhecer a professora Vera Rita de Mello Ferreira e ler Psicologia Econômica que descobri o meu lugar. O livro transformou minha maneira de entender o dinheiro e o comportamento econômico das pessoas. A obra mostra o papel das emoções na tomada de decisões econômicas e temas como poupança, crédito, endividamento, compras compulsivas sob a ótica da psicanálise. Assim, me apaixonei pela sala de aula, onde ensino, aprendo e me divirto muito com os alunos.
SAUER, Paula
Dos bons livros que tive o privilégio de ler, dois me sensibilizam muito e com o mesmo impacto da primeira vez. O primeiro é Olhai os lírios do campo, de Érico Veríssimo, que traduz a força e a capacidade empática máxima de uma mulher que ama um homem fraco. O segundo, 84 Charing Cross Road – que no Brasil foi traduzido, tanto no livro como no filme, por Nunca te vi, sempre te amei –, narra a história real da escritora norte-americana Helene Hanff e sua longa amizade com um livreiro inglês, cercada por cartas, encomendas de livros raros e de amor por pessoas e por obras literárias. E se pensar em propaganda, recomendo A história da propaganda mundial, de Mark Tungate, que nos apresenta esta área em textos detalhistas e deliciosos que são verdadeiras crônicas sobre práticas, profissionais, marcas e culturas.
CUNHA, Paulo
Influência sem autoridade por Allan R. Cohen e David L. Bradford Meu jeito de ler é bem complexo. Começo um livro, que me leva a outro e, quando percebo, já abri vários deles, trilhando um caminho que o primeiro sugeriu. E é uma delícia! No momento, estou lendo Influência sem autoridade, um livro pautado naquilo que mais acredito. Afinal, um dos grandes desafios da sociedade moderna é a qualidade nos relacionamentos interpessoais. Não é fácil influenciar pessoas. Mas, para que isso aconteça de forma saudável e positiva, é preciso ser generoso e saber “cuidar” das relações que mantemos à nossa volta. Eis aqui o ponto focal do que é ser influente. Eis aqui o conceito que norteia as minhas relações. Boa leitura!!!
ALCALDE, Renata
A Cor Púrpura, obra de Alice Walker lançada em 1982, premiada com Pulitzer e construída a partir das cartas ao “Querido Deus” e a “Nettie”, sua irmã. A leitura vai além de ser uma obra premiada. Ao mostrar a vida de Celie, coloca questões que parecem não ter envelhecido e nos faz refletir sobre as relações de amor, ódio e poder em uma sociedade ainda marcada pelas desigualdades de gênero, etnia e classes sociais. Temos nele a oportunidade de percorrer 40 anos da jornada incrível, sofrida e de ensinamento de uma mulher que estava condenada ao silêncio.
SCÓRCIO, Roberta
Os Meninos da Rua Paulo é uma estória sobre crianças, mas não é um livro para crianças; pelo menos, não somente para elas. O pano de fundo é o conflito entre duas turmas de garotos húngaros que disputam terrenos baldios em sua cidade. Mas as questões que emergem desse contexto local são universais, tais como a amizade, a identidade grupal e, principalmente, a coragem, na figura de Nemecsek, o protagonista incidental. Uma bela obra de Ferenc Molnár, traduzida por Paulo Rónai, grande filólogo húngaro naturalizado brasileiro.
BERNABEL, Rodolpho
Licença. Escarafuncho uma ferida (histórica, social, política). E aí uma pergunta ronda, assombra, inquieta, provoca: Quais são as histórias das mulheres brasileiras que me/nos antecederam? História das mulheres no Brasil, organizado pela Mary Del Priori, é dedo de prosa danado de necessário; viagem no tempo a nos colocar íntimas(os) a Eva Tupinambá, sinhazinhas, operárias, heroínas românticas, donas de casa, boias-frias, professoras. Vidas entretecidas por contextos, família, trabalho, mídia e literatura.
MARCELINO, Rosilene
Romance histórico, social e policial de tirar o fôlego, após anos de investigação sobre a perseguição aos judeus. O início é um episódio real: a chegada ao porto de Havana do navio S.S. Saint Louis (1939), onde se escondiam 900 refugiados vindos da Alemanha. A embarcação passou dias à espera de uma autorização para o desembarque que nunca aconteceu e os refugiados retornaram para um destino fatal. O livro traça um paralelo com questões como autoritarismo, deslocamentos e não-pertencimento, que atravessam séculos.
FERREIRA, Silvana